quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Sobre tranqüilidade e saudade

Por que quero te ver hoje, se nos vimos ontem? Porque, apesar de ser pouco o tempo espremido entre ontem e hoje, já basta pra eu sentir saudades.
Gosto da tua companhia, mas gosto ainda mais da tua presença: mesmo que estejas quieto, dormindo ou divagando, mesmo que não estejas aqui, a tua presença está. E se te fazes presente (daqueles esperados, sonhados, desembrulhados com cuidado, recebidos com surpresa e deleite), tanto mais sou feliz.
Mas a certeza instintiva da tua presença já me satisfaz!
Não que tenhas me inspirado tal sensação desde sempre. Confesso que, há algumas semanas, os hiatos de silêncio que permeavam as nossas conversas me causavam algum desconforto. Pudera! Conversamos tanto, os dois tagarelas, que o silêncio era elemento mais do que estranho.
Agora, quando me permito confiar em ti sem qualquer reserva (coisa que a minha intuição já me aconselhou a fazer ainda no princípio: confiança sentida no faro, no nariz, como me disseste rindo), os silêncios não me incomodam mais.
Sou tranqüila contigo, sem ansiedades, mas - ainda - não sem todos os medos.
Se te ressentes, por vezes, e mesmo que não confesses, da falta de procura de mim pra ti (das vezes em que não recorro a ti, dos não-telefonemas, ou da não-cobrança), entenda como confiança, jamais desinteresse. Tenho segurança do teu carinho, da tua vontade, do teu caráter.
Por isso, a saudade que sinto de ti, ainda que exista, não dói. Eu a assumo como uma rendição inequívoca: és muito querido por mim.

Nenhum comentário: