Pois então eu venho namorando a ideia de chutar o balde. Sabem, pegar aquele balde em que os dissabores vêm sendo armazenados, desde a briga com o namorado, a mancha de mostarda no vestido branco, a falta de grana, as propostas de trabalho recusadas, o convívio com gente nojenta e tudo o mais, até a última gotinha que o fez transbordar agora há pouco, e dar-lhe um bico.
Porém, confabulei cá com minhas gotas de suor (amigas inseparáveis do meu corpinho nos úlitmos dias): Cibele, estás pensando pequeno.
-Tenho esse defeito, pensar pequeno, mas só no que se refere diretamente a mim. Se é pros outros, tenho o defeito de pensar grande demais...-
Enfim, percebi que estava subestimando o lançamento do balde. O melhor mesmo é atirá-lo com um canhão: pra longe, bem rápido e com estrondo.
Cabum, lá vai o baaaaalde!!!
E, balde "canhonado", toca remodelar as estruturas de armazenamento dos dissabores por aqui. Penso que, dada a impossibilidade de vedar seu escoadouro pra dentro da minha vidinha, melhor é fazer um encanamento que os leve prontamente embora.
Começo a construção deste fantástico esquema hidráulico desligando o telefone. Assim, me livro diretamente de dois tipos de pessoas dissaborosas: as que ligam e não quero atender e as que quero atender e não ligam.
A segunda etapa da obra é mais demorada e complexa. Consiste em dar-me alguns dias sozinha, debruçada sobre coisas que dizem respeito exclusivamente a mim: meu projeto de tese, minhas corridas matinais, organizar minhas gavetas, refazer meu planejamento financeiro, ouvir minhas músicas favoritas, comer todas as saladas de que eu gosto e colocar nelas todos os temperos que me apetecerem, fortalecer meu affair com o controle remoto da TV e fazer muita cócega na barriguinha do meu gato. Overdose de "eus", "meus" e "mins".
Aí, na fase dos acabamentos, arremates e quetais, termino a empreitada com um Curso Avançado do Emprego do Não, em lições que terão por título: Como dizer 'não vou te ajudar porque preciso mais de ajuda do que tu'; Como dizer não e fazer soar como a coisa certa a ser dita; Como dizer não e nunca mais pensar no assunto; Como dizer não e não voltar atrás e, finalmente, o módulo prático Dizendo não a quem pede com cara de cachorrinho.
Bacana, hein? Falta colocar em prática.
3 comentários:
Chutar o balde é a melhor coisa que tem.
Cic, please, quando encontrar uma escola que ministre esses cursos me chame, pois estarei lá contigo!
bjkas
Também quero assistir a essas aulas. Absolutamente necessárias!
Beijo beijo!
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