quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Insatisfação: aaaaahhhhhh!!!!!

A final de contas, o que é que está faltando?

Incrível o poder que a gente dá pro que não tem. Incrível de inacreditável, mesmo.
Se a gente conseguisse dimensionar o real tamanho daquilo que não tem, e comparar com o que tem, perceberia que não faz nem sombra.

Maldita insatisfação. A impressão que me dá é de que a gente nunca se permite ser totalmente feliz. Parece que sempre falta algo.

Se, por um lado, sempre querer mais da vida é necessário, por outro, sinceramente, é um estorvo.

Tudo bem que não dá pra parar no tempo, e se contentar com pouco. Concordo que sempre precisamos correr atrás de novos desafios, pra que possamos crescer, nos desenvolver, explorar nossas capacidades. Também concordo que sempre temos que manter o nível de exigência alto, principalmente conosco mesmos, e gravar bem firme a certeza de que merecemos mais, podemos mais.

Mas, cabe a pergunta: será que sempre o que temos é pouco? Será que novos desafios valem, realmente, o esforço? E se, algumas vezes, eu (Sim, essa postagem sempre foi sobre mim mesma, é óbvio... O uso de “nós” e “a gente” era só pra não me sentir sozinha na maluquice) tiver nas mãos exatamente a medida do que me faz feliz. Por que não me permitir? Por que não me dar por satisfeita?

Não é uma ode à mediocridade. É uma tentativa de me ajustar às coisas mais simples, em aprender a tirar proveito delas.

Afinal, o mundo não vai cair se eu não atuar sempre na melhor performance. Até porque não sou eu, ou mesmo a minha performance, que sustentamos o mundo. Eu mal sustento a mim mesma e ao gato!

A bem da verdade, vamos admitir que sempre querer mais é meio que um pensamento de gordo: almoçar já pensando no jantar. Deixa eu aproveitar o almoço, que droga! Pode ser que eu nem mesmo tenha fome no jantar! E daí?

Satisfação é um item obrigatório no respeito à minha própria inteligência. Eu trabalhei muito pra conseguir o que já tenho, e não estou falando de aquisições materiais (ou, pelo menos, não em primeiro plano).

Então, aplicando a fabulosa teoria do foda-se, e azar de quem não gosta do palavrão, estou me lixando, no momento, pra tudo o que não deu certo. Vou me dar o direito de aproveitar o que eu consegui pra mim até agora.

Nenhum comentário: