quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Ode ao Pacato


Amanhã vou abandonar o calor de Porto Alegre, para me entregar, de bom grado, ao calor de Garopaba. Por essas horas, amanhã, estarei tentando ver o fundo de um copo de caipirinha, rindo à toa, num "dolce far niente".

Hoje, entretanto, tive de levar meu gatinho para a hospedagem... Deixei meu companheirinho aos cuidados da veterinária. Confesso que não gostei nadinha disso... Sinto falta do gato pela casa. Afinal, uma casa não é um lar sem um gato. Então, por merecida homenagem, desencavei um poema da infância, de Vinícius de Moraes.



O Gato


Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pêlo, mal-humorado
Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando à noite vem a fadiga
Toma seu banho
Passando a língua pela barriga.

Um comentário:

Unknown disse...

Cib, agora q descobri que tens um blog. gostei do nome do gato, hehe. bjs, Thiago