quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Pra quem está indo além do que eu já fui...

Dentre todos os meus defeitos, um é especialmente incômodo: Não sei ser firme quando brigo com alguém.
Mesmo que eu tenha razão, não consigo insistir no ataque contra quem quer me tenha ofendido. Talvez eu tenha rezado o "Pai Nosso" por tantas vezes que me pareça pecado mortal insistir em sentir-me ofendida, ou talvez eu não tenha dureza de caráter para sustentar a briga até que o outro lado se renda. Mesmo quando tenho razão, rendo-me primeiro...
A bem da verdade, acho que não gosto de brigar. Apesar de dar todos os sinais do contrário, odeio discussões, discórdias e desentendimentos. Acho que ninguém ganha quando se chega nesse ponto do relacionamento humano - seja ele da natureza que for.
Fatalmente, na ânsia de provar que se tem razão, ativamos a boca e fechamos os ouvidos... Essa é receita certa de fracasso, me acreditem.
Quando precisamos impôr nosso pensamento à força, me parece indisfarçável o recado de que nossas idéias já não são mais desejadas, assim como, inevitavelmente, nossa presença o será num futuro mui breve.
Já estive em dois pontos diferentes, nesse tipo de situação, nos relacionamentos que vivi.
Já desisti de estar com alguém por perceber que jamais seria amada por sua família e seus amigos. Ainda que o rapaz aparentasse gostar muito de mim, não era esse o tipo de vida que eu desejava ter, sempre tendo de impôr a minha presença, sempre me sentindo indesejada e, numa melhor hipótese, tolerada... Preferi não entrar nessa briga.
De outra parte, já insisti em um relacionamento flagrantemente destrutivo, com uma pessoa egoísta, imatura e de caráter duvidoso, onde meu horror por brigas me colocou sempre na triste posição de, mesmo tendo razão nas minhas alegações, baixar a guarda e procurar a reconciliação.
Nessa época, me disse uma amiga: "-Mulheres inteligentes, escolhas insensatas...". Pois é.
Tive sorte. Encontrei meu menino amado, com quem todas as contendas morrem na casca. Sabemos, instintivamente, como conversar e expor nossos argumentos sem aborrecer um ao outro.
É óbvio que nos desentendemos, vez por outra. Mas sempre resolvemos nossos desentendimentos com calma e tranqüilidade, e estamos seguros de que queremos estar juntos, construindo nossa vida, que queremos boa e serena. Então, não há por que brigar.
Uma angústia a menos pra eu ter de resolver nessa vidinha complicada...
Enfim, pra resumir a missa, assumo que tenho, sim, o defeito de amolecer nas brigas. Exceto naquelas que escolho brigar com vontade. Nessas, sei bem da minha força.
Essa postagem ficou muito intimista e dispersiva, mas serve pra dar um recado a determinada pessoa que, de quando em vez, lê o que eu escrevo:
-Amiga, não foi por incompetência que não venci essa briga... Foi por acreditar que não era a minha briga. E, se você está passando tanto trabalho, tendo que matar diariamente um leão para poder manter seu posto nesse relacionamento, prepare-se, pois isso vai ser briga pra vida toda. Aparentemente, vida longa... Só posso te desejar sorte (pra mim, desejei sorte melhor).
Seja Feliz Você Também!

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