quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Aproveitando que citei Catulo, hoje, lembrei desse pedacinho de poema, que ele dedicou à amada... Não entendo o motivo, mas esse pedacinho de poema sempre faz meu coração se apertar, como se precisasse estar eternamente alerta para proteger os beijos que dei, o carinho que senti, ou a verdade do que disse... Como se, por algum motivo que desconheço, tudo pudesse ser distorcido num minuto de distração. Não basta ter cuidado apenas enquanto o momento acontece... É preciso ter cuidado com ele ainda muito depois, para que, por fruto de maus pensamentos ou raciocínios enviesados, tudo o que aconteceu não se desvista do seu real sentido.
A luz do sol pode morrer e renascer
mas a nós, quando de vez se nos apaga a breve luz da vida,
resta-nos dormir toda uma noite sem fim.
Beija-me mil vezes, mais cem;
outras mil, outras cem.
Depois, quando tivermos ajuntado muitos milhares de beijos,
vamos embaralhá-los, perdendo-lhes a conta,
para que nenhum invejoso,
incapaz de contar beijos tantos,
possa mau-olhado nos lançar.
Talvez eu não tenha sido clara, e deva expressar-me em bom português: Não é suficiente ser legal, leal, carinhosa e divertida. Nada impede que, depois, ao remoer os acontecimentos, a gente vire "aquela megera". Pois é.

Um comentário:

Anônimo disse...
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