quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Não ganhei poema


Então, fiz o que achei mais justo com meu coraçãozinho que dói, dói... Apoderei-me de um dos poemas mais lindos do poeta mais amado, fingindo, por alguns instantes, que foi escrito pra mim. Hoje, só hoje, bem poderia ser verdade.


Soneto de quarta-feira de cinzas

Vinicius de Moraes

Rio, 1941



Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada

Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.

Um comentário:

Anônimo disse...
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