quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Gauchão 2009


Pois é, eu sou uma apaixonada pelo esporte bretão. Sou torcedora do Glorioso Sport Club Internacional de Porto Alegre, desde que usava fraldas.

Meu pai assistia aos jogos comigo, e ia tentando me fazer entender as jogadas, as regras, a genialidade da coisa. Tadinho do pai, teve que se virar com uma única filha, não teve o meninão encrenqueiro que queria. Mas acho que fiz bem a minha parte: fui encrenqueira e comepanheira dele em tudo, a ponto de minha pobre mãe desistir de mim... Ninguém conseguia me fazer calçar sapatos no verão, ou me arrancar de cima do pessegueiro, ou me convencer que perder o gre-NAL não era o fim do mundo.

Ia, quando podíamos vir à capital do estado, assistir aos jogos do Glorioso sentada sobre os ombros do meu pai.

Em casa, nos domingos à tarde, já sabia a senha: ele sentava em frente ao televisor e olhava de lado para mim. Eu ia até a cozinha e fazia uma tonelada de pipoca. Aí começava a diversão. Minha mãe percebia que passaríamos a tarde vendo o jogo e começava a reclamar: "-Tive uma filha pra quê? Pra ficar sozinha, pra ela me trocar pelo futebol! Já não basta perder o marido pro futebol, eu perco também a minha filha! Nenhuma das minhas amigas acredita quando eu conto, mas estou criando uma fanática por futebol! Nêgo, essa menina precisa fazer coisas de menina!"

Nós ríamos.

Das tais coisas de menina, acho que a única que eu fazia era pular amarelinha, desenhada na calçada de casa com giz, que minha mãe me trazia do colégio onde lecionava. (Ela parou de me trazer giz no dia em que resolvi brincar de professora - oh, coisa de menina - e rabisquei as paredes da biblioteca de casa...)

De momento compartilhado com meu pai - meu eterno melhor amigo e parceirão - o futebol virou paixão autônoma. Cresceu por si no meu coraçãozinho. Eu ainda acho que perder gre-NAL é o fim do mundo (ainda bem que não acontece há tempos).

Mandei fazer pra mim uma camisa oficial com meu nome e meu número da sorte. No Gigante da Beira-Rio sinto-me em casa.

Pois é. E aí, o que fazem com meu time??? O que me dão em retorno??? Uma apresentação medíocre no início do Campeonato Gaúcho? Assim não dá!!! Assim não dá!!!!!

Hoje tem jogo em Ijuí, contra o São Luiz. Dos titulares do meio campo, só o Marcão. Do ataque, Nilmar, que já, antes do jogo, foi dando uma entrevista cretina se pré-desculpando porque não vai render tudo o que pode. Ainda no ataque, vão dar uma chance pro menino Taison (é, o nome dele se escreve assim mesmo), e eu faço votos que, dessa vez, o guri consiga correr o jogo todo, e não saia na metade do segundo tempo pondo os bofes pra fora.
No último Gauchão, fizemos um jogo furreca contra o São Luiz, que terminou em 1x1. Isso não pode!!!
E, suprema indignação, ainda não me conformo com a venda do Edinho. Ainda escuto a torcida aclamando "-Edinho, guerreiro!!!". Volante bom tava aí. Raça, garra, pegada. Ainda bem que temos o Guiñazu, senão eu cairia em profunda depressão.

Se não jogar o Gauchão como se fosse a Copa do Mundo, não adianta nem tentar se redimir depois. Tem que ser o Glorioso em tudo, meu Inter!!!

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