terça-feira, 13 de outubro de 2009

O troglopai

Estava eu sentadinha na minha poltrona do voo PoA-Rio, hoje, 6h e 30min. (horário desumano), lendo uma revistinha de moda pra passar o tempo até encerrarem o embarque e o avião decolar. Eis que chega uma família: pai, mãe e filha, esta com uns 10 anos, por aí. A filha tinha a poltrona do lado da minha e os pais, algo perdido mais atrás.
A menina ficou totalmente nervosa por sentar do lado de uma estranha. Os pais, ainda em pé, no corredor, começaram a falar entre si, a meu respeito, como se eu não estivesse ali:
-Quem sabe a gente pede pra moça trocar?(mãe)
-Ah, não precisa, ela senta aí e pronto.(pai)
-Ah, então tá, depois, se ela não gostar de sentar com a moça, aí a gente troca.(mãe)
Ei!!! Alô!!!! Eu tô aqui, eu interajo, sabia? Falta de senso, falar de mim como se eu não estivesse presente ou, no mínimo, ouvindo.
A menina veio sentar, empurrada pelo pai, e pediu licença, quase sem voz. Eu respondi:
-Sim, claro, mas deixa eu sair pra você entrar. (ela estava em cima de mim, e não tem espaço nenhum pra manobras no avião, né?)
Ela senta, os pais sentam e começam a falar. A menina está quase chorando.
Aí, eu viro para o pai e pergunto se ele não quer trocar pra sentar com a filha. Pombas e pitombas, eu é que precisei tomar a iniciativa, como se o interesse fosse meu. Ele me responde:
-A senhora tá nervosa?(pai)
-Não, estou lhe oferecendo a troca, quer?(eu)
-Sim, quero.(pai)
-De nada.(eu)
Ah, pelamãedoguarda! Vai ser tosco assim pra lá! Além de não dar a mínima pro desconforto da menina e de falar de mim como se eu fosse um vaso de planta, ele nem se digna a agradecer, e ainda sugere alguma coisa sobre o meu temperamento????!!!! Deu vontade de responder que estava nervosa, sim, sempre fico nervosa perto de gente tosca.
Tem dó, meu senhor!
Ainda bem que meu pai foi outro.
Ah, só pra constar, e não qeu isso tenha importância, mas a família era carioca. E a mãe estava bem mais interessada no exame das pontas do cabelo alisado a formol do que na filha. Pronto, falei.

2 comentários:

Dr.do absurdo disse...

Eu não trocava. Não trocava meeeeesmo, e ainda diria pro pai: - olha, eu não vou trocar porque se acontece um acidente, a minha pasagem tá com o número da passagem, é por ela que irão procurar meus restos mortais. Trágico? sim, te chamariam de maluca? com certeza. Mas não se meteriam contigo e ainda arrumariam outro lugar pra filha, pq cá pra nós, viajar ao lado de família já é um saco, perto de criança é pior ainda!

Beijo

Dr.do absurdo disse...

Errata:

número da passagem não, número da poltrona!rs