sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Terremoto silencioso da manhã de sexta-feira

A primeira coisa que vi, quando acordei, nesta manhã, foi meu antebraço esquerdo. Ao redor dele, circundando-o todo, a mão de alguém que tem me inspirado sonhos... Tanto dormindo quanto acordada. Meu braço parecia tão pequeno, dentro do círculo formado pelos dedos do meu menino, que me senti - eu - a menina...
Aos poucos, fui tomando consciência do resto de mim. Percebi minhas costas coladas em seu peito, e entendi a sensação de calor e aconchego que me envolvia. Percebi meus pés entre os seus, e me surpreendi por tê-los aquecidos. Percebi que abraçava meu travesseiro e, embaixo da minha cabeça, estava o braço dobrado do meu menino.
Fechei os olhos para dormir de novo, mas não pude. A verdade libertadora, na qual eu - sumariamente - não acredito, caiu de pára-quedas sobre minha cabeça: era por essa manhã que eu havia esperado desde sempre. É assim que quero acordar todos os dias, toda a vida.
Acho que engoli em seco e parei de respirar por um instante. Então ouvi: "-Bom dia, minha linda."
Desde então não consigo despregar o sorriso bobo do meu rosto (não que eu tenha tentado...). Estou amando, sou amada. Nunca fui tão feliz. "-Bom dia, meu príncipe."

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