Eu, sozinha, numa noite de sexta-feira - noite linda, estrelada, calorzinho gostoso - enfurnada em casa, na frente do computador, tentando evitar uma crise de ira contra o mundo...
Caramba, em que parte da viagem eu dormi pra acordar aqui?
Era pra eu estar de preto, equilibrada nos saltos mais altos do meu guarda-roupas, cabelo esvoaçante (eu não preciso de chapinha e já nasci loira! Alguma coisa tinha que ter vindo certinha de fábrica, por favor!), maquiada e perfumada, linda e animada, pronta pra dançar até cair e me embriagar levemente (só o necessário pra não sentir os pés doídos e o corpo cansado)...
Que estou fazendo eu aqui? Planejando um a-d-o-r-á-v-e-l sábado de compras no supermercado? AAAHHHH! Quem sou eu e o que foi que eu fiz comigo? Pra onde foi aquela festeira que costumava morar neste corpinho?
Se bem que, convenhamos: sou muito nova pra me aposentar dessa vida, mas antes me recolher cedo do que parecer a Rê-Bordosa. Então, vamos responder alguns e-mails, tomar outro banho de duas horas (isso é o melhor de se morar sozinha...), me besuntar de creme com cheirinho de baunilha, me enfiar no meu pijama mais macio, levinho e infantilóide e naufragar na minha cama.
Caso tenha ficado alguma dúvida pairando no ar, deixa eu explicar bem direitinho: o meu menino amado não arredou nenhum milímetro do posto de melhor namorado do mundo, viu?
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