Impressionante o silêncio que envolve o ar. Nem mesmo o ar se mexe. Todos os pensamentos se sobrepõe, mal empilhados, bagunçados, todos ao mesmo tempo.
Todas as idéias que pareciam perfeitas, todas as teorias, todas as conclusões, todas elas somem.
As certezas somem. As verdades somem. Não é possível nem mesmo um pensamento coerente para construir uma dúvida. As dúvidas também sumiram...
Tudo parado, menos a percepção de quem vê que tudo está parado...
Por que sobrou a percepção?
O único resultado prático é o isolamento de quem percebe.
Todos os outros unidos no mesmo instante congelado – menos quem percebe que o instante está congelado.
Este está só, irremediavelmente.
Então, uma avalanche de idéias. A pausa termina tão bruscamente como veio.
Tudo volta ao movimento, atropelando-se.
As certezas explodem, escancarando-se.
Tudo aquilo em que se pensava é revestido de sentido. Ressurge.
As dúvidas se reimplantam com força triplicada.
E, dentre dúvidas muito fortes e conclusões escancaradas, nasce uma idéia fixa. Uma verdade, não compartilhada para que seja legitimada, mas universal dentro do espectro de um só indivíduo.
A verdade diz, sem rodeios: Mesmo que tudo tenha voltado a andar, quem percebia sempre será sozinho.
A pausa se desfaz, mas o isolamento não. Perpétuo.
A verdade diz, ainda: A percepção servia para isolar – o resultado prático é o ostracismo eterno.
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